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domingo, 20 de junho de 2010

DICAS PARA UMA BOA REDAÇÃO
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Dad Squarisi («Estado de
Minas» de 04.08.2002)

Seja natural:
Fique à vontade. Imagine que o leitor esteja à sua frente. Converse com ele. Não fale difícil. Espaceje suas frases com pausas. Confira ao texto um toque humano. Você está escrevendo para as pessoas.

Vá direto ao assunto:
Não enrole. Comece pelo mais importante. E comece bem, com uma frase atraente, que lhe desperte o interesse e o estimule a prosseguir a leitura. No final, dê-lhe o prêmio de um fecho de ouro, como inesquecível sobremesa a coroar um lauto almoço.

Use frases curtas:
A pessoa só consegue dominar determinado número de palavras antes que os olhos peçam uma pausa. A frase muito longa dá trabalho, confunde. Por isso, use sentenças de, no máximo, uma linha e meia. Lembre-se: uma frase longa nada mais é do que duas curtas.

Prefira palavras breves e simples:
Vocábulos longos e pomposos funcionam como cortina de fumaça entre você e o leitor. Seja simples. Entre duas palavras, prefira a mais curta. Entre duas curtas, a mais simples. Em vez de falecer, escreva morrer; em lugar de somente, só; de matrimônio, casamento; de féretro, caixão; de morosidade, lentidão.

Ponha as sentenças na forma positiva:
Diga o que é, não o que não é. Quer exemplos? `Não ser honesto' é `ser desonesto'; `não lembrar' é `esquecer'; `não dar atenção' é `ignorar'; `não comparecer' é `faltar'; `não pagar em dia' é `atrasar o pagamento'.

Opte pela voz ativa:
Ela é mais direta, vigorosa e concisa que a passiva (a passiva, como o nome diz, parece sem força, desmaiada). Prefira `um raio provocou o blecaute' a `o blecaute foi provocado por um raio'.

Abuse de substantivos e verbos:
Escreva com a convicção de que no idioma só existem essas duas classes de palavras. As demais sobretudo adjetivos e advérbios devem ser usadas com a sovinice do Tio Patinhas. Na dúvida, deixe-os pra lá: (Normalmente) ao escrever textos (informativos), use substantivos (fortes) e verbos (expressivos).

Seja conciso:
Não diga nem mais nem menos do que você precisa dizer. Cultivar a economia verbal sem prejuízo da completa e eficaz expressão do pensamento tem dupla vantagem. Uma: respeita a paciência do leitor. Outra: poupa tempo e espaço.

Dê clareza às citações:
Dificultar a compreensão do texto é colocar uma pedra no caminho do leitor. Para quê? Facilite-lhe a vida. Nas declarações longas, não o deixe ansioso. Identifique o autor imediatamente antes da citação ou depois da primeira frase.

[Veuillot ensina: "É preciso escrever com a convicção de que só há duas palavras no idioma o substantivo e o verbo. Ponhamo-nos em guarda contra as outras palavras".]

Ou: ["É preciso escrever com a convicção de que só existem duas palavras no idioma: o substantivo e o verbo", ensina Veuillot. "Ponhamo-nos em guarda contra as outras palavras."]

Nas declarações curtas, identifique o autor no começo ou no fim da fala:

["Toda questão tem dois lados", escreveu Pitágoras.]

[Pitágoras escreveu: "Toda questão tem dois lados".]

Escolha termos específicos:
Há palavras mais precisas do que outras. `Gato siamês' é mais singular do que simplesmente `gato'; `homem', mais do que `animal'; `laranjeira', mais que `árvore'; `árvore', mais do que `planta' ou `vegetal'.

Escrever `foi um período difícil' constitui uma vagueza. `Estive desempregado durante três meses' dá o recado. Não foi por acidente que Gonçalves Dias compôs: "Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá". Se tivesse dito `minha terra tem árvores / onde canta o pássaro", seus versos estariam mortos e enterrados. Sem direito a missa

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