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domingo, 15 de agosto de 2010

Como concluir uma redação

A conclusão deve ser sucinta, conter apenas 01 parágrafo e deve retomar a idéia principal, desenvolvida no texto, de forma convincente.

A conclusão deve conter a síntese de tudo o que foi apresentado no texto, e não somente em relação às idéias apresentadas no último parágrafo do desenvolvimento.

Não se devem acrescentar informações novas na conclusão, pois, se ainda há informações a serem inclusas, o desenvolvimento ainda não terminou.

Maneiras de se fazer o parágrafo da conclusão:



01) Retomada da tese:

A conclusão é a apresentação da visão geral do assunto tratado, portanto pode-se retomar o que foi apresentado na introdução e/ou no desenvolvimento, relembrando a redação como um todo. É uma espécie de fechamento em que se parece dizer de acordo com os exemplos/argumentos/tópicos que foram apresentados no desenvolvimento, pode-se concluir que realmente a introdução é verdadeira.



02) Perspectiva:

Pode-se também apresentar possíveis soluções para os problemas expostos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados (É preciso. É imprescindível. É necessário.), trabalhando com a conscientização geral. Por exemplo: É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se conscientizem de que ...



03) Oração Coordenada Conclusiva

Pode-se ainda iniciar a conclusão com uma conjunção coordenativa conclusiva - logo, portanto, por isso, por conseguinte, então - apresentando, posteriormente, soluções para os problemas expostos no desenvolvimento.



Frases-modelo, para o início da conclusão:Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a conclusão. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

Em virtude dos fatos mencionados ...

Por isso tudo ...

Levando-se em consideração esses aspectos ...

Dessa forma ...

Em vista dos argumentos apresentados ...

Dado o exposto ...

Tendo em vista os aspectos observados ...

Levando-se em conta o que foi observado ...

Em virtude do que foi mencionado ...

Por todos esses aspectos ...

Pela observação dos aspectos analisados ...

Portanto ... / logo ... / então ...



Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:

... somos levados a acreditar que ...

... é-se levado a acreditar que ...

... entendemos que ...

... entende-se que ...

... concluímos que ...

... conclui-se que ...

... percebemos que ...

... percebe-se que ...

... resta aos homens ...

... é imprescindível que todos se conscientizem de que ...

... só nos resta esperar que ...

... é preciso que ...

... é necessário que ...

... faz-se necessário que ...



Pronomes Demonstrativos na Dissertação:Usos de este, esta, isto, esse, essa, isso na redação.



01) Este, esta, isto:

Usa-se este, esta, isto, para referir-se a frase ou oração posterior, ou seja, frase que ainda será escrita, e para referir-se ao elemento imediatamente anterior, ou seja, elemento que acabou de ser escrito. Ex. Atenção a estas palavras: O fumo é prejudicial à saúde.
O fumo é prejudicial à saúde. Esta deve ser preservada sempre, portanto não fume.



02) Esse, essa, isso:

Usa-se esse, essa, isso, para referir-se a frase ou oração anterior, ou seja, frase que já foi escrita. Ex.: O fumo é prejudicial à saúde. Isso já foi comprovado cientificamente.

Tautologia

Para fixar o conceito de Tatutologioa e Vícios de linguagem, veja o vídeo abaixo:

70 mandeiras de escrever com erro

A Tautologia é um vício de linguagem. Consiste em repetir uma idéia com palavras diferentes. Que tal
observar a lista de preciosidades cultivadas ao longo de décadas?
(contribuição do leitor Wolf K. Goldenstein)


Níveis de Linguagem

1- Língua escrita e língua falada:

A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua falada, porque os sinais gráficos não
conseguem registrar grande parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e ainda os
gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque
se manifesta na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão do falante. Nessas situações
informais, muitas regras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da
liberdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Sob o impacto do cinema, do radio, da televisão, das histórias em quadrinhos e do computador, a
língua escrita tende a ser direta, sintética, despojada, eficaz. A língua falada, por usa vez, ganha um espaço
privilegiado nesta época em que predominam os meios de comunicação audiovisual.

2- Linguagem popular e linguagem culta:
A língua falada e a escrita podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da linguagem culta.
Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede
que ela esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou valorizar a linguagem
popular), contos, crônicas e romances em que o dialogo é usado para representar a língua falada.

2.1- a linguagem popular ou coloquial:
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma
gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância: barbarismo –
erros de pronúncia, grafia e flexão; ambigüidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e
preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular esta entre
amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de tv e auditório, novelas, na expressão dos estados
emocionais etc.

2.2- a linguagem culta ou padrão:
É aquela ensinada nas escolas e serve de veiculo às ciências em que se apresenta com terminologia
especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às
normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestigio social e
cultural. É mais artificial, mais estável, menos presente nas aulas, conferencias, sermões, discursos políticos,
comunicações cientificas, noticiários de tv, programas culturais etc.

3- gíria:
Segundo Mattoso Câmara Júnior, “estilo literário e gíria são, em verdade, dois pólos da Estilística,
pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua
popular”. Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria.
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das classes
dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões”(Dino Preti) como arma de defesa contra as
classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as
mensagens sejam decodificadas apenas pro eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam o palavreado para outros grupos até
chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o radio, propagam os novos
vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua
oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “delirar na goiabada”, “pirar na batatinha”,
“galera”, “mina”, “chuchuzinho”, “tipo assim”.




4- linguagem vulgar:
Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligadas aos grupos extremamente incultos, aos
analfabetos” aos que tem pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
multiplicam-se estruturas com “nóis via, ele ficá”, “eu di um beijo nela”, “vamo i no mercado”.

5-linguagem regional:

Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às
construções gramaticais e empregos de certas palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares
amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.

Ex: falar caipira:

Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais
ninguém botou os olhos em riba dele, afora ao afilhado.
- Padrinho, evim cá chama o sinhô pra mode i mora mais eu.
- Quá, fio, esse cisco de gente num sai daqui mais não.
- Bamo. Buli gente num bole, mais bicho... O sinhô anda perregado...
(Pai Norato, Bernardo Elis)

Vícios de linguagem

Ambiguidade:
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto.

Ex:

*"Onde está a vaca da sua avó?" (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?)
*"Onde está a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?)
*"Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
Obs 1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem.

Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular.

A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem.


Barbarismo:
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.

De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes:

galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França);
anglicismo, quando do inglês;
castelhanismo, quando vindos do espanhol;

Ex:

*Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente");
*Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria "comeu um rosbife");
*Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria "Havia ligações (ou vínculos) para sua página".
*Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria "Eles têm serviço de entrega").
*Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro)
*Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
*Convocamos para a Reunião do Conselho de DA's (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo 's' para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)

Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como "adevogado" ou "eu sabo", pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua.

Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.

Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: "abdômen") quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos "barriga", "pança" ou "bucho").

Cacofonia
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato:

*"Ele beijou a boca dela."
*"Bata com um mamão para mim, por favor."
*"Deixe ir-me já, pois estou atrasado."
*"Não tem nada de errado a cerca dela"
*"Vou-me já que está pingando. Vai chover!"
*"Instrumento para socar alho."
*"Daqui vai, se for dai."
Não são cacofonia:

*"Eu amo ela demais !!!"
*"Eu vi ela."
*"você veja"
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e "pegadinhas".

Plebeísmo:
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais.

Exemplos:

*"Ele era um tremendo mané!"
*"Tô ferrado!"
*"Tá ligado nas quebradas, meu chapa?"
*"Esse bagulho é 'radicaaaal'!!! Tá ligado mano?"
*'Vô piálá'mais tarde ' !!! Se ligou maluko ?
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo

Prolixidade:
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor.

A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer.

Pleonasmo vicioso:
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.

Ex:

*"Ele vai ser o protagonista principal da peça". (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal)
*"Meninos, entrem já para dentro!" (O verbo "entrar" já exprime ideia de ir para dentro)
*"Estou subindo para cima." (O verbo "subir" já exprime ideia de ir para cima)
*"Não deixe de comparecer pessoalmente." (É impossível comparecer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente)
*"Meio-ambiente" - o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos.
Não é pleonasmo:

"As palavras são de baixo calão". Palavras podem ser de baixo ou de alto calão.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.

Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso


Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:

De concordância:

*"Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que não vou ao médico.)
"Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:

Eco:
O Eco vem a ser a propia rima que ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.

*"Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação."
*"O aluno repetente mente alegremente."
O presidente tinha dor de dente constantemente.


*"Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:

*"Me empresta um lápis, por favor." (Empresta-me um lápis, por favor.)
*"Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou contente.)
*"Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)

Colisão:
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos:

*"Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos."
*"O papa Paulo VI pediu a paz."
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Como é que se começa uma Dissertação?

Muitas vezes já nos perguntamos isso. Quantas vezes! Geralmente, dois impasses são os mais evidentes ao se escrever: começar e terminar uma redação; além disso, é claro, outros: pôr título, argumentar em três ou quatro parágrafos...

A tese (parágrafo introdutório ou parágrafo inicial) pode ser obtida através de alguns procedimentos: para tanto, são usadas definições simples, afirmações, citações, seqüências interrogativas, comparações de características históricas, sociais ou geográficas.

Para se elaborar a tese, deve-se ter preocupação fundamental com o tema oferecido, levando-se em conta que o parágrafo introdutório é o norteador de toda a estrutura dissertativa, aquele que carrega uma idéia nuclear a ser utilizada de maneira pertinente em todo o desenvolvimento do texto.

Podemos iniciar nossa dissertação usando:

1. Tipos de tese
Conceituando (definindo) algo (um processo, uma idéia, uma situação).

É a forma mais comum de começar. Exemplo:

"Violência é toda ação marginal que nos atinge de maneira irreversível: um tiro que se nos é dado, um assalto sem que esperemos, nosso amigo ou conhecido que perde a vida inesperadamente através de ações inomináveis..."
2. Apresentando dados estatísticos sobre o assunto enfocado pelo tema
"Hoje, nas grandes cidades brasileiras, não existe sequer um indivíduo que não tenha sido vítima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tiveram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com um assaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus..."
Este tipo de tese não é aconselhável se não se mesclar a direcionamento argumentativo.

3. Fazendo uso de linguagem metafórica ou figurativa
Esta tese é utilizada basicamente em redações dissertativas de cunho reflexivo:

"Sorteio de vagas na educação... triste Brasil! Tristes e desamparadas criaturas que transformam-se em números sem particularidade individual e acabam, como num bingo do analfabetismo, preenchendo cartelas da ignorância. Triste Brasil que em vez de fazer florescer intelectos, faz gerar o desconsolo e o descontentamento, impede o progresso intelectual e faz ressaltar a maior das misérias: a marginalidade que se cria fora do saber."
4. Narrando, através de flashes, acontecimentos, ações
Nar-ran-do, não se espante! Bem conduzida, esta seqüência integra apenas o parágrafo introdutório. Cuidado! Não se desvie da dissertação introduzida dessa forma. O perigo é, sob pressão, continuar a narração.

"Durante nove meses, agentes do serviço secreto da presidência da República realizaram gravações .. clandestinas na rede de telefones usada pelas diretorias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. Por mais de 30 semanas, os espiões da Abin, Agência Brasileira de Inteligência, gravaram conversas do presidente Fernando Henrique Cardoso, de ministros, dirigentes estatais e empresários. Depois se soube a divulgação parcial dessas fitas detonou uma crise política e acabou na demissão do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros."
5. Apresentando uma interrogação ou uma seqüência de interrogações
É comum o aluno dirigir-se ao professor indagando se este tipo de introdução não empobrece a dissertação do vestibular. Não se for bem conduzida:

■em primeiro lugar, na hora do "branco", é sempre melhor começar interrogando que não começar;
■em segundo lugar, tome cuidado com o número de interrogações: todas deverão ser respondidas por você nos parágrafos argumentativos pois, afinal, é você quem estará opinando e não deve esperar respostas de ninguém, muito menos de seu corretor. "Seu bombril é da Bombril? E a gilete é da Gillette? De tão conhecidas, estas marcas viraram nomes de produtos e foram incorporadas aos dicionários de português como se fossem substantivos comuns."
"É verdade que, depois da porta arrombada, uma tranca é sempre nela colocada? Foi pensando assim que o governo nomeou, na última semana, a procuradora aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues para comandar a Corregedoria Geral da União, que tem status de ministério porque visa à apuração de todas as irregularidades cometidas no país."
6. Contestando definições, citações ou opiniões
Engano de o aluno imaginar que não possa contrariar o tema proposto; ele pode (e deve) expressar livremente suas opiniões. Só assim haverá registro real de seu pensamento. Não mistificar o que pensa sobre os fatos, acontecimentos, é fundamental para a obtenção de boa nota. Nós só encontramos coerência verbal eficaz quando somos verdadeiros no que dizemos.

"Embora se divulgue largamente que a mulher está conquistando espaços tipicamente masculinos, é preciso observar que isso nem sempre se configura como realidade. O posto mais importante deste país, quer na vida pública, quer em empresas privadas, são sempre ocupados pelo sexo masculino. As pessoas parecem não confiar muito no trabalho da mulher; embora saibamos que ela é tão competente quanto o homem. "
7. Organizando uma trajetória que vá do passado ao presente, do presente para o passado, ao comparar social, histórica, geograficamente fatos, ações humanas, ideologias
"Na Idade Média, no Renascimento ou até mesmo durante o Século das Luzes, a mulher esteve sempre a disposição da família, dos trabalhos domésticos e da criação dos filhos; somente no século XX ela ganha, ainda que não suficientemente, coragem para inserir-se no "mundo dos homens": pilota, dirige grandes empresas, constrói edifícios. "
8. Evidenciando uma série de argumentos que futuramente serão usados como expansores de parágrafos argumentativos
"Poucas vagas para as crianças, muita propaganda na tevê, um número exorbitante de adultos analfabetos, um país fingindo que sabe ler..."
Observação: cada um dos argumentos acima numerados podem, individualmente, ser transformados em um parágrafo argumentativo que discuta, por exemplo, a falta de vagas na escola.

9. Comparando social, geográfica ou historicamente nações, ações, acontecimentos, circunstâncias
O que poderia haver de comum entre jovens pobres do Harlem no final do século XX e um poeta italiano do século XIII? A equipe de McClintock mostrou que Dante, como eles, também era rebelde, incompreendido, pressionado.

(Gilberto Dimenstein, Projeto Aprendiz, via Internet)


"Enquanto que em países desenvolvidos como o Japão ou I tália o índice de mortalidade infantil é inferior a 2%, na América Latina há regiões em que atinge os imorais 6,4%, como em alguns bolsões de miséria absoluta no Piauí, sul do Pará e Maranhão."


"Antigamente se dizia do FGTS que se tratava de uma "poupança forçada". Estávamos no regime militar e, sempre que possível, punha-se ênfase no fato de que as coisas eram "forçadas". Mas o tempo passou, e o FGTS acabou promovido "patrimônio do trabalhador", inclusive com os sindicatos participando de sua gestão."

(Gustavo Franco, revista Veja)
10. Caracterizando aspectos físicos ou espaços (fechados e abertos), descrevendo-os
"Um corredor superlotado, pessoas deitadas pelo chão, nas macas, sobre pias, em péssimas condições de higiene e de saúde: eis uma fotografia da perversa realidade brasileira na área da saúde."


"É num pequeno sobrado, numa rua de pouco movimento, que acontecem, entre paredes encardidas, na salta exígua, as sórdidas negociações envolvendo os incentivos oficiais da Sudam, em Belém."
Além desses tipos que agora aprendemos, você poderá utilizar-se de um expediente interessante quando começar suas redações: mesclar os dez tipos que temos disponíveis. Que tal, por exemplo, interrogar e descrever?

Quem poderia supor Miss Brasil 2001 totalmente biônica? Quem poderia apostar numa miss quase robótica produzida a partir de 19 cirurgias plásticas? Pois foi o que aconteceu. Juliana Borges, a gaúcha vencedora do concurso, arrumou as orelhas de abano, sugou excessos na barriga, costas e quadris, injetou silicone nas maçãs do rosto e nos lábios, além de dezenas de outras "arrumadinhas" antes de vestir o maiô e desfilar, encantadora, quase perfeita, pela passarela."

domingo, 8 de agosto de 2010

Sugestão de leitura


A Comunicação sempre foi o ponto de partida de todas as relações humanas.
E ainda ganha mais força em tempos atuais, nos quais contamos com ferramentas de interatividades que conectam
milhares de pessoas que constantemente editam vídeos, enviam opinões e escrevem uns aos outros.
Assim, estamos cada vez mais dependentes dessa grande rede de relações.

Assim, não podemos perder oportunidades de dizer quem somos e o que pensamos, de nos mostrar ao mercado de trabalho,
como profissionais de qualidade, ou seja, não podemos perder a oportunidade de fazer uso dessa habilidade tão necessária,
que é a de comunicar


Abaixo, será postado um dos capítulos do livro que se refera a questão da Auto - estima linguistica do autor Sérgio Simka. Os qrquivos estão em imagem e divididos em sete partes.

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6

Parte 7

Como escrever esse tipo de redação

A dissertação é o gênero de texto exigido dos vestibulandos na maior parte dos vestibulares do país. Ou seja, se você quer garantir sua vaga em uma universidade, não pode deixar de saber fazer uma dissertação. A professora Marleine de Toledo, formada em direito e letras pela USP, dá dicas sobre o assunto:


Como fazer uma boa dissertação?
A dissertação exige amadurecimento no assunto tratado, conhecimento da matéria, pendor para a reflexão, raciocínio lógico, potencial argumentativo, capacidade de análise e de síntese, além do domínio de expressão verbal adequada e de estruturas linguísticas específicas.


Como começar uma dissertação?
Normalmente, o aluno de redação manifesta sua angústia: "Não sei como iniciar". Não sabe como iniciar, porque não sabe como desenvolver e como concluir, simplesmente porque não organizou um plano. Nas palavras de Edivaldo M. Boaventura, "o plano é o itinerário a seguir: 'um ponto de partida', onde se indica o que se quer dizer, e 'um ponto de chegada', onde se conclui. Entre os dois, há as etapas, isto é, as 'partes' da composição. Construir o plano é, em última análise, estabelecer as divisões".


Como estruturar uma dissertação?
No livro "Como Ordenar as Ideias", Boaventura resume muito bem aquilo que o bom-senso diz a respeito de todo o texto escrito: "A arte de bem exprimir o pensamento consiste em saber ordenar as ideias. E como se ordenam as ideias? Fazendo a previsão do que se vai expor". É preciso pensar nas partes do seu texto.


Como você resumiria essas "partes" da argumentação?
A argumentação deve iniciar-se com a apresentação clara e definida do tema ou do juízo que se tem em mente e irá ser comprovado. A "segunda parte" da argumentação destina-se a oferecer as provas ou argumentos que confirmem a tese. É comum colocarem-se os argumentos em ordem crescente de importância. A "terceira fase" consiste em exibir contra-provas ou contra-argumentos e refutá-los, isto é negá-los. Na "última parte", ou síntese recapitulam-se os argumentos apresentados e conclui-se, com a reafirmação da tese.


Pode-se dizer que a argumentação é uma demonstração?
Se um limite da argumentação é a dissertação expositiva, o outro é a demonstração. Para Tércio Sampaio Ferraz Júnior, jurista e filósofo do direito, a demonstração fundamenta-se na ideia de evidência, que é a força perante a qual todo pensamento do homem normal tem de ceder. Assim, no raciocínio demonstrativo, toda prova consiste em uma redução à evidência. Já a argumentação abrange as "técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses" que lhes são apresentadas. Portanto, como dizem Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca em seu "Tratado da Argumentação - A Nova Retórica", não se deve confundir "os aspectos do raciocínio relativos à verdade e os que são relativos à adesão".


O que é dissertação argumentativa?
Na verdade, há dois tipos de dissertação. Podemos falar em dissertação expositiva, em que se expressam ideias sobre determinado assunto, sem a preocupação de convencer o leitor ou ouvinte. Já a dissertação argumentativa implica a defesa de uma tese, com a finalidade de convencer ou tentar convencer alguém, demonstrando, por meio da evidência de provas consistentes, a superioridade de uma proposta sobre outras ou a relevância dela tão-somente.


Mais especificamente, o que é argumentação?
Uma argumentação é uma declaração seguida de provas. Pierre Oléron define o ato de argumentar como: "método pelo qual uma pessoa - ou um grupo - intenta levar um auditório a adotar uma posição através do recurso a apresentações ou a asserções - argumentos - que visam mostrar a validade ou fundamento daquela".


Qual a diferença entre argumentação e dissertação?
Nenhuma. A argumentação é uma dissertação com uma especificidade, a da persuasão. Dissertando apenas, podemos expor com neutralidade ideias com as quais não concordamos. Por exemplo, um professor de filosofia que não concorde com as ideias de Karl Marx pode expô-las com isenção, dissertando sobre elas. Mas se for um marxista convicto e quiser influenciar seus discípulos, tentará provar-lhes, com raciocínios coerentes e argumentos convincentes, que essas ideias são verdadeiras e melhores: estará, então, argumentando.


O que é preciso para argumentar?
Para argumentar é preciso, em primeiro lugar, saber pensar, encontrar ideias e concatená-las. Assim, embora se trate de categorias diferentes, com objetos próprios, a argumentação precisa ter como ponto de partida elementos da lógica formal. A tese defendida não se impõe pela força, mas pelo uso de "elementos racionais" - portanto toda argumentação "tem vínculos com o raciocínio e a lógica", como disse Oléron na obra já citada.

Esquema de dissertação

Existem dois tipos de dissertação: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idéias; a segun-da procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertação argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte, procurando persuadi-lo de que a razão está co-nosco.

Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias de que discordamos. Por exemplo, um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção, aparentando impessoalidade, sem tentar con-vencer seus alunos das vantagens das vantagens e desvanta-gens deles. Mas, se ao contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de formar opinião dos seus alunos, mostrando as inconveniências de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estará argumentando explicitamente.

Para a argumentação ser eficaz, os argumentos devem possuir consistência de raciocínio e de provas. O raciocínio consistente é aquele que se apóia nos princípios da lógica, que não se perde em especulações vãs, no “bate-boca”estéril. As provas, por sua vez, servem para reforçar os argumntos. Os tipos mais comuns de provas são: os fatos-exemplos, os dados estatísticos e o testemunho.

Como fazer uma dissertação argumentativa

Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?

Vamos supor que o tema proposta seja Nenhum homem é uma ilha.

Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha, naturalmente, está em sentido figurado, significando solidão, isolamento.

Vamos sugerir alguns passos para a elaboração do rascunho de sua redação.

1. Transforme o tema em uma pergunta:

Nenhum homem é uma ilha?

2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu pon-to de vista.

3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.

4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.

5.Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.

6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida:

Os passos

1) interrogar o tema;

2) responder, com a opinião

3) apresentar argumento básico

4) apresentar argumentos auxiliares

5) apresentar fato- exemplo

6) concluir

(in Novo Manual da Nova Cultural - Redação, Gramática, Literatura e Interpretação de Textos, de Emília Amaral e outros)

Como ficaria o esquema

1º parágrafo: a tese

2º parágrafo: argumento 1

3º parágrafo: argumento 2

4º parágrafo: fato-exemplo

5º parágrafo: conclusão

Exemplo de redação com esse esquema:

Tema: Como encarar a questão do erro

Título: Buscar o sucesso

Tese

1º§ O homem nunca pôde conhecer acer-tos sem lidar com seus erros.

Argumentação

2º§ O erro pressupõe a falta de conheci-mento ou experiência, a deficiência de sintonia entre o que se propõe a fazer e os meios para a realização do ato. Deriva-se de inúmeras causas, que incluem tanto a falta de informação, como a inabilidade em lidar com elas.

3º§ Já acertar, obter sucesso, constitui-se na exata coordenação entre informação e execu-ção de qualquer atividade. É o alinhamento preci-so entre o que fazer e como fazer, sendo esses dois pontos indispensáveis e inseparáveis.

Fato-exemplo

4º§ Como atingir o acento? A experiência é fundamental e, na maior das vezes, é alicerçada em erros anteriores, que ensinarão os caminhos para que cada experiência ruim não mais ocorra. Assim, um jovem que presta seu primeiro vesti-bular e fracassa pode, a partir do erro, descobrir seus pontos falhos e, aos poucos, aliar seus co-nhecimentos à capacidade de enfrentar uma situa-ção de nova prova e pressão. Esse mesmo jovem, no mercado de trabalho, poderá estar envolvido em situações semelhantes: seus momentos de fracasso estimularão sua criatividade e maior em-penho, o que fatalmente levará a posteriores acertos fundamentais em seu trabalho.

Conclusão

5º§ Assim, o aparecimento dos erros nos atos humanos é inevitável. Porém, é preciso, aci-ma de tudo, saber lidar com eles, conscientizar-se de cada ato falho e tomá-los como desafio, nunca se conformando, sempre buscando a superação e o sucesso. Antes do alcance da luz, será sempre preciso percorrer o túnel.

(Redação de aluno.)

Esquema da antítese

Como incluir a contra-argumentação numa dissertação argumentativa

A dissertação argumentativa começa com a proposição clara e sucinta da idéia que irá ser comprovada, a TESE. A essa primeira parte do texto dissertativo chamamos de introdução.

A segunda parte, chamada desenvolvimento, visa à apresentação dos argumentos que comprovem a tese, ou seja, a PROVA. É costume estruturar a argumentação em ordem crescente de importância, como foi explicado no início desta lição, a fim de prender cada vez mais a atenção do leitor às razões apresentadas. Essas razões baseiam-se em provas demonstráveis através dos fatos-exemplo, dados estatísticos e testemunhos.

Na dissertação argumentativa mais formal, o desen-volvimento apresenta uma subdivisão, a ANTÍTESE, na qual se refutam possíveis contra-argumentos que possam contrariar a tese ou as provas. Nessa parte, a ordem de importância inverte-se, colocando-se, em primeiro lugar, a refutação do contra-argumento mais forte e, por último, do mais fraco, com o propósito de se depreciarem as idéias contrárias e ir-se, aos pontos, refutando a tese adversa,ao mesmo tempo em que se afasta o leitor ou ouvinte dos contra-argumentos mais poderosos.

Na última parte, a conclusão, enumeraram-se os argumentos e conclui-se, reproduzindo as tese, isto é, faz-se uma SÍNTESE. Além de fazer uma síntese das idéias discu-tidas, pode-se propor, na conclusão, uma solução para o problema discutido.

Esquema de uma dissertação com antítese

Tema: Vestibular, um mal necessário.

Tese: O vestibular privilegia os candidatos pertencentes às classes mais favorecidas economicamente.

Prova: Os candidatos que estudaram em escolas com infra-estrutura deficiente, com as escolas públicas do Brasil, por mais que se esforcem, não têm condições de concorrer com aqueles que freqüentaram bons colégios.

Antítese: Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição econômica inferior, o problema não seria resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no primeiro e segundo grau, comprometeria o ritmo do curso superior.

Conclusão (síntese´): As diferenças entre as escolas públicas e privadas são as verdadeiras responsáveis pela seleção dos candidatos mais ricos.

Relação entre causa e conseqüência

Você possui um tema para ser analisado. Neste caso, a melhor forma de desenvolvê-la é estabelecer a relação causa-

conseqüência. Vamos à prática com o seguinte tema:

Tema

Constatamos que no Brasil existe um grande número de correntes migratórias que se deslocam do campo para as médias ou grandes cidades.

Para encontrarmos uma causa, perguntamos:

Por quê?

ao tema acima. Dentre as respostas possíveis, poderíamos citar o seguinte fato:

Causa:

A zona rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo.

No sentido de encontrar uma conseqüência para o problema enfocado no tema acima, cabe a seguinte pergunta:

O que acontece em razão disso?

Uma das possíveis respostas seria:

Conseqüência

As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes condições de subsistência e de trabalho

Veja que a causa e a conseqüência citadas neste exemplo podem ser perfeitamente substituídas por outras, encontradas por você, desde que tenham relação direta com o assunto. As sugestões apresentadas de maneira nenhuma são as únicas possíveis.

Veja outros exemplos:

Causa: As pessoas mais velhas têm medo do novo, elas são mais conservadoras, até em assuntos mais prosaicos.

Tema: Muitas pessoas são analfabetas eletrônicas, pois não conseguem operar nem um videocassete.
Conseqüência: Elas se tornam desajustadas, pois dependem dos mais jovens até para ligar um forno microondas, elas precisam acompanhar a evolução do mundo.
Causa: A nação que deixa depredar as construções

consideradas como patrimônios históricos destrói parte da História de seu país.

Tema: É de fundamental importância a preservação das construções que se constituem em patrimônios históricos.

Conseqüência: Isso demonstra claramente o subdesenvolvimento de uma nação, pois quando não se conhece o passado de um povo e não se valorizam suas tradições, estamos desprezando a herança cultural deixada por nossos antepassados.


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Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se muito mais com a discussão dos mecanismos que os fazem chegar ao poder do que com os problemas reais da população.

Tema: A maior parte da classe política não goza de muito prestígio e confiabilidade por parte da população.

Conseqüência: Os grandes problemas que afligem o povo brasileiro deixam de ser convenientemente discutidos.


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Causa: Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.

Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez mais em nossa sociedade.

Conseqüência: Acabam formando-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.


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Exercícios

Apresentaremos alguns temas e você se incumbirá de encontrar uma causa e uma conseqüência para cada um deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:

1 Tema: As linhas de ônibus que percorrem os bairros das grandes metrópoles não têm demonstrado muita eficiência no atendimento a seus usuários.

Causa:

Conseqüência:

2 A convivência familiar está muito difícil.

causa:

Conseqüência:

3 As novelas de televisão passaram a exercer uma profunda influência nos hábitos e na maneira de pensar da maioria dos telespectadores.

Causa:

Conseqüência:

4 As doenças infecto-contagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da população.

Causa:

Conseqüências:

5 Apesar de alertados por ecologistas, os lavradores continuam utilizando produtos agrotóxicos indiscriminadamente.

Causa:

Conseqüência:

Esquema de redação com causa-conseqüência

Título

Introdução (o problema):

1º parágrafo: Apresentação do tema (com ligeira ampliação).

Desenvolvimento:

2º parágrafo - Causa (explicações adicionais)

3º parágrafo - Conseqüência (com explicações adicionais)

Conclusão(a solução):

4º § - Expressão inicial + reafirmação do tema + observação final

Proposta de redação

Escolha um dos temas apresentados nesta folha e redija um texto em quatro parágrafos, conforme o esquema desenhado acima. Não se esqueça de aplicar a relação causa-conseqüência.

(Do livro Técnicas Básicas de Redação, Branca Granatic, Editora Scipione)


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Outro esquema interessante:

O texto Aquilo por que vivi, de Bertrand Russel, revela uma estrutura que o vestibulando poderá usar em sua redação. Leia o texto:

Aquilo por que vivi

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso, instável, por sobre o profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.

Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por avaliar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.

(Bertrand Russel, Autobiografia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967.)

O texto, cujo tema está explícito no título – os motivos fundamentais da vida do autor – apresenta cinco parágrafos.

No primeiro parágrafo, o autor revela as suas “três paixões”:

a) amor;

b) conhecimento;

c) piedade.

Em seguida, dedica três parágrafos para cada uma dessas paixões. O segundo parágrafo fala sobre a busca do amor; terceiro, sobre a procura do conhecimento; e o quarto, sobre a importância do sentimento piedade diante do sofrimento.

O quinto e último parágrafo realiza a conclusão do texto.

Eis o esquema:

1º§ - a, b, c;

2º§ - a;

3º§ - b;

4º§ - c;

5º§ - a, b, c.

(in Novas Palavras, de Emília Amaral e outros, editora FTD-1997)

Observar a estrutura dos textos dissertativos é um bom momento de aprendizagem. Recomenda-se tal exercício aos vestibulandos: ler editoriais e artigos de jornais.

Proposta de redação

A TV brasileira completa 50 anos. No início, houve quem considerasse o televisor mais um eletrodoméstico na casa. Hoje, sabe-se que ele não é só isso, a televisão é um modo de vida.

Redija um texto dissertativo, em prosa, com 30 linhas, analisando se a TV brasileira FORMA, INFORMA ou DEFORMA. Use o esquema acima.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PRóXIMA PARADA: UNDERLAND (Ou entre a cruz, a caldeirinha e...quero ser como papai

Na coluna de hoje, na Ilustrada, falamos da onda de lançamentos de produtos inspirados na nova versão de “Alice no País das Maravilhas” para o cinema, dirigida por Tim Burton. O filme junta referências da parte mais conhecida da história de Lewis Carroll (aquela da Disney, com a Alice criança) a elementos de “Através do Espelho”, que mostra a personagem como uma jovem mulher.


Wonderland foi imaginação de criança, a Alice de Burton está em Underland. Tudo é escuro, o vestido azul fica quase cinza, há monstros por toda parte e o guerreiro da rainha Vermelha se parece com um versão malvada do Edward Mãos de Tesoura (ou clone de cabelos curtos do modelo Jethro Cave, que também está na coluna de hoje e é a cara da Alice Dellal feita menino).

Gótico, vitoriano, rainhas, quase uma retrospectiva dos desfiles da família Lourenço. Tudo muito chique, claro. Os vestidos da Alice são especialmente lindos, vai ser uma loucura entre as debutantes modernas.


Citei na reportagem a atuação dos birôs de estilo, que, para compor seus leques de tendências, levam muito em conta as estreias cinematográficas previstas em Hollywood. Depois, os pacotes de tendências correm o mundo e, quando tudo corre de acordo com os planos, vem o resultado: no caso em questão, haja produtos de Alice para encher tantas prateleiras e esvaziar tantas carteiras.

O filme é uma lição para mulheres. A qualidade da lição é outra história… Vamos arriscar aqui uma leitura, porque ainda não foi proibido pensar sem a obrigação de provar alguma coisa no final. Que maravilha!

Então, a Alice do filme está vivendo um dilema. Ou se casa com um almofadinha feioso e de estômago frágil ou vive sob a sombra da desgraça familiar de se tornar mais uma solteirona que pirou esperando um noivo inexistente e ficou pesando na economia doméstica da mamãe viúva.

[...]

E, pensando mais à frente, Alice, a sinhazinha-dominatrix do navio? Ou Alice, a sinhazinha-virgem do navio? Ou Alice a sinhazinha-freira do navio? Ou a tirana conquistadora? Ai, Alice, melhor chamar o coelho porque assim fica muito ruim. Frígida, histérica, assexuada ou pervertida, mas que lindas opções, não?

Seguindo o coelho, melhor seria reencontrar o gato misterioso. Alice tem coisas a acertar com ele.

Fonte: http://ultimamoda.folha.blog.uol.com.br/arch2010-04-01_2010-04-30.html

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Recomendações para uma boa redação

1- Recomendações:

Antes de iniciar a redação, recomenda-se:

1. ter um objetivo em mente;
2. colocar-se no lugar do receptor;
3. ter informações suficientes sobre os fatos;
4. planejar a estrutura da comunicação a ser feita;
5. dominar todas as palavras necessárias;
6. tratar do assunto com propriedade;
7. selecionar fatos e evitar opiniões;
8. refletir adequada e suficientemente sobre o assunto;
9. ser natural, conciso e correio;
10. usar linguagem de fácil compreensão;
11. prestar informações precisas e exatas;
12. responder a todas as perguntas feitas anteriormente pelo destinatário.

Fonte: Site - www.galaaz.org.br - Apostila Prof. Dra. Fernanda Verdasca Botton - Comunicação Empresarial - Janeiro de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Carta de Solicitação

A carta de solicitação está dentro de cartas comerciais e deverá possuir: timbre da empresa, iniciais do departamento, número da carta, local e data, destinatário, referência: assunto; saudação, corpo do texto, despedida e assinatura.

O objetivo deste tipo de carta, como o próprio nome já diz, é fazer um pedido (solicitar algo) ao destinatário.

Veja um exemplo
Timbre da empresa
Dep. de vendas
Nº 02/09

Ao Diretor do Dep.de Faturamento
João Esleveriano da Costa

Recife, _____ de fevereiro de 2009.

Prezado Senhor,
Solicito a este departamento, do qual V.Sª. é diretor, que tenha a gentileza de enviar-me a tabela de faturamento do último mês, a fim de que possamos conferir algumas vendas realizadas.

Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que serei prontamente atendido, dada a eficiência desta seção.

Subscrevo-me.

Cordialmente,

Antonie Bernardo da Luz.
Chefe do departamento de vendas.


Há alguns sinônimos que podem ser utilizados: Estimado Senhor, Peço-lhe o obséquio de, Peço-lhe a gentileza, Solicito a V.Sª. a especial fineza de, informar-me, comunicar-me, Desde já, apresento-lhe meus agradecimentos, antecipadamente grato, me firmo.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Carta de reclamação

A carta de reclamação é utilizada quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o problema apontado na carta.

Por este motivo, quem reclama deve se utilizar de um discurso argumentativo: descrevendo de maneira clara o(s) problema(s), motivo(s) pelo qual pode ter ocorrido, as consequências se não for resolvido. A exposição dos fatos deve comprovar que o remetente é quem tem razão, o qual pode ainda, apontar as possíveis soluções para que haja entendimento entre as partes.

É essencial que a carta de reclamação tenha: identificação do remetente e do destinatário, data e local, assinatura, documentos em anexo (caso necessário).

Lembre-se de expor claramente os antecedentes, pois neles estão os motivos pelos quais a reclamação está sendo feita.

A carta deve ser preferencialmente digitada, pois facilita a leitura e evita equívocos.

Veja um exemplo:

Remetente:
João da Silva
Rua dos Joaquins, nº 01, Bairro JJ
000-000 Campinas do Sul
Destinatário:
COMPUTERLY, LTDA.
Rua do equívoco, nº 2
0000-000 Campinas do Sul

Campinas do Sul, 29 de Fevereiro de 2009.

Assunto: computador entregue com estragos aparentes


Exmo(s). Senhor (es),


No último dia 05 de Fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento, situado na Rua do equívoco, nº 2, como endereçado, a fim de comprar um computador. Após escolher o modelo que me interessou, solicitei que a mercadoria fosse entregue na minha casa. Para tanto, assinei a nota de encomenda e paguei a taxa para que fosse realizado o serviço. No dia 10 do mesmo mês, foi-me entregue o computador encomendado, no entanto, após ligar o aparelho na tomada constatei que o mesmo emitia mais de 8 apitos e não funcionava.
Diante deste fato, recusei o computador e solicitei que me fosse enviado outro exemplar em excelente estado, o que faria jus ao valor já pago. Entretanto, até a presente data continuo à espera.
O atraso na resolução do problema vem ocasionado vários transtornos ao meu cotidiano. Por este motivo, demando que outro computador de mesma marca e modelo seja entregue, sem falta, dentro de 3 dias úteis. Caso contrário, anularei a compra e exijo o dinheiro do pagamento de volta.

Sem mais,
João da Silva.
Anexos: fotocópias da nota fiscal de compra e do recibo da taxa de entrega.
]

Importante: Sempre tenha uma cópia e caso entregue em mão, solicite a assinatura de quem recebeu com a data, se possível carimbada (no caso de empresa).

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Carta de informação

A carta de informação está inserida dentro do contexto comercial, pois, normalmente, é trocada entre departamentos de uma mesma empresa ou entre empresa e seus representantes e fornecedores.

O objetivo deste canal de comunicação faz referência à sua própria denominação: informar o destinatário sobre alguma coisa.

Veja um exemplo:


Estimados Senhores,

Comunicamos-lhes que no dia 03 do corrente mês haverá uma reunião dos departamentos financeiro e contábil com a diretoria. Na ocasião, haverá premiação aos melhores vendedores, bem como do contador mais organizado. Por este motivo, as outras seções estão convidadas a prestigiar os colegas a partir das 9 horas da manhã, na sala de reuniões.

Agradecemos-lhes a atenção.


Cordialmente,

Diretoria da X2 empresa de cosméticos.

Carta argumentativa

Com o advento da internet e dos recursos tecnológicos de uma maneira geral, a forma de comunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito usual utilizar-se de cartas, telegramas, cartões postais para se comunicar com pessoas que ora encontravam-se distantes.

Atualmente existe e-mail, MSN, ORKUT, e tantos outros que possibilitam a comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares.

Para entendermos sobre a sua parte estrutural, é importante lembrarmos que, como o próprio diz, nos lembra a questão de exposição de ideias, ou seja, o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva.
A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica.
O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores.

Para entendermos melhor esse processo é necessário fazer a distinção entre uma carta destinada ao prefeito de sua cidade requisitando melhorias no setor de pavimentação das ruas, e uma ao presidente de seu bairro, sugerindo melhoria na qualidade do som durante as reuniões.
Neste caso, fica evidente o grau de formalismo.

Vejamos agora um exemplo deste gênero textual, que é a carta, em uma crônica de Moacyr Scliar:
(Nome da cidade e data)
(O vocativo, ou seja, a pessoa a quem é endereçada a carta)

PREZADOS SENHORES,

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.
Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

Atenciosamente – (despedida formal)

(O nome do emissor, isto é, a pessoa que enviou a carta)

(Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000).


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Carta comercial

A carta comercial, também chamada de correspondência técnica, é um documento com objetivo de se fazer uma comunicação comercial, empresarial.

A redação comercial tem como características comuns:

a) clareza: o texto, além de ser claro, deve ser objetivo, como forma de evitar múltiplas interpretações, o que prejudica os comunicados e negócios.

b) estética: a fim de causar boa impressão, o texto deve estar bem organizado e dentro da estruturação cabível. Não pode haver rasuras ou “sujeiras” impregnadas ao papel.

c) linguagem: seja conciso e objetivo: passe as informações necessárias, sem ficar usufruindo de recursos estilísticos. Seja impessoal, ou seja, não faça uso da subjetividade e de sentimentalismo. E por fim, escreva com simplicidade, mas observando a norma culta da língua.

É muito importante que haja correção, pois um possível equívoco pode gerar desentendimento entre as partes e possíveis prejuízos de ordem financeira.

Como fazer uma carta comercial? Vejamos a estrutura que deve ser seguida:

1º passo: O papel deve ter o timbre e/ou cabeçalho, com as informações necessárias (nome, endereço, logotipo da empresa). Normalmente, já vem impresso.

2º passo: Coloque o nome da localidade e data à esquerda e abaixo do timbre. Coloque vírgula depois do nome da cidade! O mês deve vir em letra minúscula, o ano dever vir junto (2008), sem ponto ou espaço. Use ponto final após a data.

3º passo: Escreva o nome e o endereço do destinatário à esquerda e abaixo da localidade e data.

4º passo: Coloque um vocativo impessoal: Prezado(s) Senhor(Senhores), Caro cliente, Senhor diretor, Senhor Gerente, etc.

5º passo: Inicie o texto fazendo referência ao assunto, tais como: “Com relação a...”, “Em atenção à carta enviada..”, “Em atenção ao anúncio publicado...”, “Atendendo à solicitação...”, “Em cumprimento a...”, “Com relação ao pedido...”, “Solicito que...”, “Confirmamos o recebimento”, dentre outras.

Observação: Evite iniciar com “Através desta”, “Solicito através desta”, “Pela presente” e similares, pois são expressões pleonásticas, uma vez que está claro que o meio de comunicação adotado é a carta.

6º passo: Exponha o texto, como dito anteriormente, de forma clara e objetiva. Pode-se fazer abreviações do pronome de tratamento ao referir-se ao destinatário: V.Sª.; V. Exa.; Exmo.; Sr.; etc.

7º passo: Corresponde ao fecho da carta, o qual é o encerramento da mesma. Despeça-se em tom amigável: Cordialmente, Atenciosamente, Respeitosamente, Com elevado apreço, Saudações cordiais, etc.

Observação: Evite terminar a carta anunciando tal fato (Termino esta) ou de forma muito direta (Sem mais para o momento, despeço-me).

Modelo de carta comercial:

Carta pessoal

Escrevemos uma carta pessoal quando queremos nos comunicar com alguém próximo de nós, como amigos ou familiares.

As características desse tipo de gênero textual são simples, ou seja, não possuem muitas regras e estrutura para serem seguidas. Vejamos:

• O assunto é livre, geralmente de ordem íntima, sentimental.

• O tamanho varia entre médio e grande. Quando é pequeno, é considerado bilhete e não carta.

• O tipo de linguagem acompanhará o grau de intimidade entre remetente e destinatário. Portanto, cabe ao escritor saber se pode usar termos coloquiais ou mesmo gírias.

• Quanto à estrutura, a carta pessoal deve seguir a sequência: 1. local e data escritos à esquerda, 2. vocativo, 3. corpo do texto e 4. despedida e assinatura.

Como o grau de intimidade é variável, o vocativo, por consequência, também: Minha querida, Amado meu, Querido Amigo Fulano, Fulaninho, Caro Senhor, Estimado cliente, etc. A pontuação após o vocativo pode ser vírgula ou dois-pontos.

Assim também é em relação à despedida, a qual pode variar entre Atenciosamente, Cordialmente, etc. até Adeus, Saudades, Até em breve, etc.

Quanto à assinatura, pode ser desde só o primeiro nome até o apelido, dependendo da situação.

Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha finalizado a carta é só acrescentar a abreviação latina P.S (post scriptum) ou Obs. (observação).

A carta pessoal geralmente é entregue em mãos ou enviada pelo correio, pois é manuscrita!

Curiosidade sobre P.S: essa sigla é originada do verbo latino “post scribere” que significa “escrever depois”!

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Carta do leitor



A carta do leitor é uma maneira de fazer parte da opinião pública!
Você já observou que nos jornais e revistas há um espaço reservado para que a opinião dos leitores seja publicada?

Estamos falando das cartas dos leitores, as quais mostram opiniões e sugestões; debatem os argumentos levantados nos artigos e fazem críticas a respeito; trazem perguntas, reflexões, elogios, incentivos, etc.

Para o leitor é o meio de expor seu ponto de vista em relação ao assunto lido, para o veículo de informação é uma arma publicitária para saber o que está agradando a opinião pública.

Não há regras estabelecidas para se fazer uma carta no estilo “carta do leitor”, a não ser as que já são preconizadas, ou seja, recomendadas ao escrevermos a alguém: especifique o assunto e seja breve; trace previamente o objetivo da carta (opinar, sugerir, debater); escreva em uma linguagem clara, precisa e nunca faça uso de palavras de baixo calão, pois sua carta não será publicada!

O objetivo do leitor ao escrever uma carta para um jornal da cidade ou uma revista de circulação nacional é tornar pública sua ideia e se sentir parte da informação. A carta do leitor é tão importante que pode ser fonte para uma nova notícia, uma vez que ao expor suas considerações a respeito de um assunto, o destinatário pode acrescentar outros fatos igualmente interessantes que estejam acontecendo e possam ser abordados!

Deve-se ter muito cuidado ao redigir uma carta, pois será lida por muitas pessoas. Por isso, revise o texto e observe com atenção se há clareza nas frases, se os períodos não estão muito longos e se não há repetições de ideias ou palavras, se há erros de pontuação e grafia.

Importante: Não se preocupe apenas em dizer o que pensa, o que acha, mas dê seu ponto de vista sempre explicando com muito cautela, e se expuser fatos, tenha certeza que são verdadeiros.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Tipos de carta

A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação.

Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tratamento, por exemplo, se começamos a carta no tratamento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira pessoa: se, si, consigo, o, a, lhe, sua, diga, não digas, etc., seguindo também os pronomes e formas verbais na terceira pessoa.

Atenção aos pronomes de tratamento como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, eles devem concordar sempre na terceira pessoa.

Há vários tipos de cartas, a forma da carta depende do seu conteúdo.

A carta pessoal é a carta que escrevemos para amigos, parentes namorado (a), o remetente é a própria pessoa que assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são escritas de uma maneira particular.

A carta comercial se torna o meio mais efetivo e seguro de comunicação dentro de uma organização. A linguagem deve ser clara, simples, correta e objetiva.

Existem alguns tipos de carta comercial:

• Particular, familiar ou social: São tipos de correspondência que são trocadas entre particulares, cujo assunto, se enquadra em particular, intimo e pessoal.

• Bancária: Este é focalizado nos assuntos relacionados à vida bancária.

• Comercial: Associado às transações industriais ou comerciais.

• Oficial: Destinada ao serviço militar, público ou civil.

A documentação comercial compreende os papéis empregados em todas as transações da empresa como: Carta, Telegrama, Cheque, Pedido de Duplicatas, Faturas, Memorandos, Relatórios, Avisos, Recibos, Fax.

Na correspondência a linguagem mais correta é aquela que é adequada ao contexto, ao momento, e à relação entre o emissor e o destinatário.