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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Palavras Evocativas

A tonalidade emotiva de um grande número de palavras se deve a associações provocadas pela sua origem ou pela variedade lingüística a que pertencem. São as palavras de poder evocativo, conforme as classificou Bally. São elas: os estrangeirismos, os arcaísmos, os termos dialetais, os neologismos, a gíria, os quais não só transmitem um significado, mas também nos remetem a uma época, a um lugar, a um meio social ou cultural.

Estrangeirismo:

É o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira que tenha ou não equivalente vernácula, em vez da correspondente em nossa língua. É apontada nas gramáticas normativas como um vício de linguagem, o que, há muito, o que, há muito, é tido como uma visão simplista por diversos linguistas.

Por vezes, o estrangeirismo pode ser considerado uma figura de linguagem também, contanto que a palavra estrangeira exista e seja usada frequentemente ou tenha popularidade no dialeto.

Arcaísmo:

Há, na língua portuguesa, várias expressões e construções sintáticas que, embora comuns no passado, deixaram de participar da norma atual. Elas se constituem em arcaísmos lingüísticos.

Essas expressões — por comprometerem a clareza e atribuírem, ao texto, um tom excessivamente precioso e pedante — devem ser evitadas, sempre que possível.

Arcaísmos léxicos: palavras em desuso.

Alcaide: prefeito

Ceroula: cueca

Nosocômio: hospital

Outrossim: também

Hum: um

Soer: acostumar

Cincoenta: cinqüenta

Os arcaísmos são encontrados no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, mas isso não implica que ele possa ser usado. Há arcaísmos que têm apenas usos regionais, como:

Apalermado: bobo, idiota

Copiar: alpendre, vestíbulo

Magote: grande quantida

Termos dialetais:

Um dialeto (português brasileiro) ou dialecto (português europeu), do grego διάλεκτος, é a forma como uma língua é realizada numa região específica. Cientificamente este conceito é conhecido por "variação diatópica", "variedade geolinguística" ou "variedade dialetal".

Uma língua divide-se em inúmeras variedades dialetais. Desde as mais abrangentes (e. g. português europeu e português brasileiro) até às sub-variedades mais específicas. Por exemplo:

O grupo dialetal transmontano-alto-minhoto, que se inclui nos dialetos portugueses setentrionais.
O grupo dialetal mineiro, que se inclui no grupo dialetal do sul[carece de fontes?] do Brasil.
Os critérios que levam a que um conjunto de dialetos seja considerado uma língua autónoma e não uma variedade de outra língua são complexos e frequentemente subvertidos por motivos políticos. A Linguística considera os seguintes critérios para determinar que um conjunto de dialetos fazem parte de uma língua:

Critério da compreensão mútua. Se duas comunidades conseguem facilmente compreender-se ao usarem o seu sistema linguístico, então, elas falam a mesma língua.
Critério da existência de um corpus lingüístico comum. Se entre duas comunidades existe um conjunto de obras literárias que são consideradas património/ patrimônio usado por ambas (sem que haja necessidade de tradução), então elas falam a mesma língua.
Um dialeto, para ser considerado como tal, tem de ser falado por uma comunidade regional. As características da língua que não são específicas de um grupo regional são consideradas socioletos (variedades próprias de diferentes grupos sociais, etários ou profissionais) ou idioletos (variedades próprias de cada indivíduo).

As regiões dialetais são estabelecidas por linhas de fronteira virtuais a que se dá o nome de isoglossas.


Neologismo:

Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.

Pertence à família morfológica Neo (novo), cuja origem deriva do latim novus, nova, novum e do grego νές; do sânscrito návah.[1]

Pode também referir-se a uma nova doutrina no campo da Teologia que procura esclarecer o significado e significante das expressões presentes nas traduções bíblicas.

A palavra espiritismo (fr. spiritisme) surgiu como um neologismo criado pelo pedagogo francês Allan Kardec, utilizado pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (1857), para nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas, diferenciando-o do movimento espiritualista em geral.

Um exemplo prático, muito usado no Brasil, é o caso do termo "refri" onde se faz uso de um neologismo, uma vez que esta palavra é uma criação relativamente recente (Significa uma gíria para "refrigerante").

Também há os casos em que o substantivo é transformado em um adjetivo como por exemplo a palavra antena(objeto que capta diversas informações) ser transformada em antenado(pessoa que sabe muito sobre diversos assuntos).

Chama-se de neologismo o processo de criação de novas palavras na língua. Você já reparou que, de tempos em tempos, novas palavras surgem - seja nos telejornais, descrevendo uma nova tecnologia, por exemplo, seja nas ruas, por meio de gírias.

A vivacidade de uma língua está ligada à capacidade de seus falantes de criar novas palavras, ampliar o vocabulário, ou de emprestar dar às palavras que já existem novos sentidos.

Gíria:

é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes à uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria (jargão).

É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolinguístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum.

é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes à uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria (jargão).

É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolinguístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum.

Gíria comum
Quando o uso da gíria de grupo expande-se, passa a fazer parte do léxico popular e torna-se uma gíria comum. É usada para aproximar os interlocutores, passar uma imagem de modernidade, quebrar a formalidade, possibilitar a identificação com hábitos e falantes jovens e expressar agressividade e injúria atenuada. Torna-se um importante recurso da comunicação devido a sua expressividade. A gíria comum é usada na linguagem falada por todas as camadas sociais e faixas etárias, por isso deixa de estar ligada à falta de escolaridade, à ignorância, à falta de leitura. Na linguagem escrita é usada pela imprensa e por escritores contemporâneos, e muitos termos são dicionarizados.

Expansão do uso da gíria
Os movimentos político-sociais para democratização da sociedade refletiram-se também nos hábitos e na linguagem; a isto se deve o aumento do uso da gíria. A mudança da sociedade brasileira de predominantemente rural para urbana ampliou o uso da linguagem e dos costumes urbanos por todo o país. O mundo atual é instável, em constante e rápida transformação, e a gíria serve também para expressar revolta e frustração com injustiças sociais, para romper com os valores tradicionais. Neste panorama, cabe à escola não só preservar o ensino tradicional, mas também ensinar as variações lingüísticas e a adequação do uso de cada uma delas, dependendo do papel social que o falante representa em cada situação.

A gíria nos meios de comunicação
Os meios de comunicação de massa têm influência cada vez maior sobre os fenômenos da linguagem. Ao utilizarem as gírias em seus programas e reportagens, contribuem para a difusão destes termos por todas as camadas sociais. A cultura de massa precisa uniformizar a produção, então busca elaborar seus programas e textos de forma a atingir um receptor padrão que pode ser culto ou inculto. Surge a norma lingüística da mídia, que mistura hábitos orais e escritos numa linguagem compreensível por todos. Embora seja encontrada também nos jornais de maior prestígio, a gíria é amplamente usada pelo jornalismo popular. Estes termos são usados pela imprensa para aproximar o texto da linguagem oral, buscando a quebra da formalidade e a aproximação com o leitor. Alguns termos têm seu uso tão difundido que o leitor nem percebe que é uma gíria.

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