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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Paródia nas artes visuais




Paródia

A Paródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, (também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche. Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes. Na literatura a paródia é um processo de intertextualização, com a finalidade de desconstruir ou reconstruir um texto.

A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma obra já existente e, em geral, consagrada. Seu objetivo é adaptar a obra original a um novo contexto, passando diferentes versões para um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para passar um pouco de alegria. A paródia pode ter intertextualidade.

Aparece como importante elemento no modernismo brasileiro e na Poesia marginal da chamada "Geração mimeógrafo".

Exemplos de Paródia

"*Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossos campos tem mais flores."

(Canção do exílio - Gonçalves Dias, poeta romântico brasileiro)

A paródia de Oswald de Andrade:
"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá"

Reparem que "palmares", na verdade trata-se do Quilombo dos Palmares, ou seja, a expressão do nacionalismo crítico do movimento modernista brasileiro da vertente Pau-Brasil.

Música
A paródia, em música, seguiu sendo um estílo que tomou conta do novo método do Século XVI, com uso do cantus firmus que entrava em seu desuso sério da polifonia do Século XIV e XV. A partir de então, o cantus firmus se utilizou em raras ocasiões. A paródia seguiu sendo prominente em certos estilos de música instrumental, primeiramente na música para teclados. Conforme a música evoluiu pelo início do Barroco, a paródia entrou na história da ópera, e conta com inúmeros exemplos. Ironicamente iniciam-se com interlúdios cómicos nas óperas dramáticas, chamados de intermezzos. Exemplos destes intermezzos se encontram em óperas de Jean-Baptiste Lully (1632-1687), um compositor acostumado a escrever balés para a corte real.[1] Mas os intermezzos cómicos eram pequenos trechos para serem interpretados entre atos da opera séria---um intervalo sarcástico e humorísitico durante um espetáculo dramático. Lully era amigo de Molière e juntos criaram um novo estilo, o comédie-ballet, qual combinava teatro, comédia e balé. Um dos pioneiros da ópera francesa, e depois partiu solo com seu novo estilo, conhecido particularmente pelo nome de ópera buffa.

Palavras Evocativas

A tonalidade emotiva de um grande número de palavras se deve a associações provocadas pela sua origem ou pela variedade lingüística a que pertencem. São as palavras de poder evocativo, conforme as classificou Bally. São elas: os estrangeirismos, os arcaísmos, os termos dialetais, os neologismos, a gíria, os quais não só transmitem um significado, mas também nos remetem a uma época, a um lugar, a um meio social ou cultural.

Estrangeirismo:

É o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira que tenha ou não equivalente vernácula, em vez da correspondente em nossa língua. É apontada nas gramáticas normativas como um vício de linguagem, o que, há muito, o que, há muito, é tido como uma visão simplista por diversos linguistas.

Por vezes, o estrangeirismo pode ser considerado uma figura de linguagem também, contanto que a palavra estrangeira exista e seja usada frequentemente ou tenha popularidade no dialeto.

Arcaísmo:

Há, na língua portuguesa, várias expressões e construções sintáticas que, embora comuns no passado, deixaram de participar da norma atual. Elas se constituem em arcaísmos lingüísticos.

Essas expressões — por comprometerem a clareza e atribuírem, ao texto, um tom excessivamente precioso e pedante — devem ser evitadas, sempre que possível.

Arcaísmos léxicos: palavras em desuso.

Alcaide: prefeito

Ceroula: cueca

Nosocômio: hospital

Outrossim: também

Hum: um

Soer: acostumar

Cincoenta: cinqüenta

Os arcaísmos são encontrados no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, mas isso não implica que ele possa ser usado. Há arcaísmos que têm apenas usos regionais, como:

Apalermado: bobo, idiota

Copiar: alpendre, vestíbulo

Magote: grande quantida

Termos dialetais:

Um dialeto (português brasileiro) ou dialecto (português europeu), do grego διάλεκτος, é a forma como uma língua é realizada numa região específica. Cientificamente este conceito é conhecido por "variação diatópica", "variedade geolinguística" ou "variedade dialetal".

Uma língua divide-se em inúmeras variedades dialetais. Desde as mais abrangentes (e. g. português europeu e português brasileiro) até às sub-variedades mais específicas. Por exemplo:

O grupo dialetal transmontano-alto-minhoto, que se inclui nos dialetos portugueses setentrionais.
O grupo dialetal mineiro, que se inclui no grupo dialetal do sul[carece de fontes?] do Brasil.
Os critérios que levam a que um conjunto de dialetos seja considerado uma língua autónoma e não uma variedade de outra língua são complexos e frequentemente subvertidos por motivos políticos. A Linguística considera os seguintes critérios para determinar que um conjunto de dialetos fazem parte de uma língua:

Critério da compreensão mútua. Se duas comunidades conseguem facilmente compreender-se ao usarem o seu sistema linguístico, então, elas falam a mesma língua.
Critério da existência de um corpus lingüístico comum. Se entre duas comunidades existe um conjunto de obras literárias que são consideradas património/ patrimônio usado por ambas (sem que haja necessidade de tradução), então elas falam a mesma língua.
Um dialeto, para ser considerado como tal, tem de ser falado por uma comunidade regional. As características da língua que não são específicas de um grupo regional são consideradas socioletos (variedades próprias de diferentes grupos sociais, etários ou profissionais) ou idioletos (variedades próprias de cada indivíduo).

As regiões dialetais são estabelecidas por linhas de fronteira virtuais a que se dá o nome de isoglossas.


Neologismo:

Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.

Pertence à família morfológica Neo (novo), cuja origem deriva do latim novus, nova, novum e do grego νές; do sânscrito návah.[1]

Pode também referir-se a uma nova doutrina no campo da Teologia que procura esclarecer o significado e significante das expressões presentes nas traduções bíblicas.

A palavra espiritismo (fr. spiritisme) surgiu como um neologismo criado pelo pedagogo francês Allan Kardec, utilizado pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (1857), para nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas, diferenciando-o do movimento espiritualista em geral.

Um exemplo prático, muito usado no Brasil, é o caso do termo "refri" onde se faz uso de um neologismo, uma vez que esta palavra é uma criação relativamente recente (Significa uma gíria para "refrigerante").

Também há os casos em que o substantivo é transformado em um adjetivo como por exemplo a palavra antena(objeto que capta diversas informações) ser transformada em antenado(pessoa que sabe muito sobre diversos assuntos).

Chama-se de neologismo o processo de criação de novas palavras na língua. Você já reparou que, de tempos em tempos, novas palavras surgem - seja nos telejornais, descrevendo uma nova tecnologia, por exemplo, seja nas ruas, por meio de gírias.

A vivacidade de uma língua está ligada à capacidade de seus falantes de criar novas palavras, ampliar o vocabulário, ou de emprestar dar às palavras que já existem novos sentidos.

Gíria:

é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes à uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria (jargão).

É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolinguístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum.

é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes à uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria (jargão).

É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolinguístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum.

Gíria comum
Quando o uso da gíria de grupo expande-se, passa a fazer parte do léxico popular e torna-se uma gíria comum. É usada para aproximar os interlocutores, passar uma imagem de modernidade, quebrar a formalidade, possibilitar a identificação com hábitos e falantes jovens e expressar agressividade e injúria atenuada. Torna-se um importante recurso da comunicação devido a sua expressividade. A gíria comum é usada na linguagem falada por todas as camadas sociais e faixas etárias, por isso deixa de estar ligada à falta de escolaridade, à ignorância, à falta de leitura. Na linguagem escrita é usada pela imprensa e por escritores contemporâneos, e muitos termos são dicionarizados.

Expansão do uso da gíria
Os movimentos político-sociais para democratização da sociedade refletiram-se também nos hábitos e na linguagem; a isto se deve o aumento do uso da gíria. A mudança da sociedade brasileira de predominantemente rural para urbana ampliou o uso da linguagem e dos costumes urbanos por todo o país. O mundo atual é instável, em constante e rápida transformação, e a gíria serve também para expressar revolta e frustração com injustiças sociais, para romper com os valores tradicionais. Neste panorama, cabe à escola não só preservar o ensino tradicional, mas também ensinar as variações lingüísticas e a adequação do uso de cada uma delas, dependendo do papel social que o falante representa em cada situação.

A gíria nos meios de comunicação
Os meios de comunicação de massa têm influência cada vez maior sobre os fenômenos da linguagem. Ao utilizarem as gírias em seus programas e reportagens, contribuem para a difusão destes termos por todas as camadas sociais. A cultura de massa precisa uniformizar a produção, então busca elaborar seus programas e textos de forma a atingir um receptor padrão que pode ser culto ou inculto. Surge a norma lingüística da mídia, que mistura hábitos orais e escritos numa linguagem compreensível por todos. Embora seja encontrada também nos jornais de maior prestígio, a gíria é amplamente usada pelo jornalismo popular. Estes termos são usados pela imprensa para aproximar o texto da linguagem oral, buscando a quebra da formalidade e a aproximação com o leitor. Alguns termos têm seu uso tão difundido que o leitor nem percebe que é uma gíria.

Função da linguagem

Funções da linguagem. são recursos de ênfase que actuam segundo a intenção do produtor da mensagem, cada qual abordando um diferente elemento da comunicação. Um texto pode apresentar mais de uma função enfatizada.

Elementos da comunicação
1. Canal: meio pelo qual circula a mensagem.
2. Emissor: indivíduo ou grupo que codifica (emite) a mensagem.
3. Receptor: indivíduo ou grupo que decodifica (recebe) a mensagem.
4. Mensagem: o próprio texto transmitido.
5. Referente: conteúdo da mensagem, objeto ou situação a que a mensagem se refere, contexto relacionado a emissor e receptor.
6. Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem, normalmente uma língua natural.
Obs: as atitudes e reações dos comunicantes (Conhecimento Prévio, Idiossincrasia) são também referentes e exercem influência sobre a comunicação.





Funções da Linguagem


Função emotiva ou expressiva

Esta função ocorre quando se destaca o locutor (ou emissor). A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A idéia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor.

Por exemplo:

É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!

— Poema do amigo aprendiz, Fernando Pessoa


Função referencial ou denotativa

A mensagem é centrada no referente,referencial, no assunto (contexto relacionado a emissor e receptor). O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, ou seja, às informações. Geralmente, usa-se a 3ª pessoa do singular. Os textos que servem como exemplo dessa função da linguagem são os jornalísticos, os científicos e outros de cunho apenas informativo. A função referencial também é conhecida como cognitiva ou denotativa.

Características
neutralidade do emissor;
objetividade e precisão;
conteúdo informacional;
uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela).

Função apelativa ou conativa
A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de auto-ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte do universo do mesmo. Exemplo:"Fique antenado com seu tempo..."; "Compre já, e ganhe dicas surpreendentes!"

Função fática
O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. O interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou chamar a atenção para o canal, isto é, verificar a "ponte" de comunicação e certificar-se sobre o contato estabelecido, de forma a prolongá-lo. Os cacoetes de linguagem como alô, né?, certo?, ahã, dentre outros, são um exemplo bem comum para se evidenciar

"Contato entre emissor e receptor"

Função poética
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em "como dizer" do que com "o que dizer". O foco recai sobre o trabalho e a construção da mensagem. A mensagem é posta em destaque, chamando a atenção para o modo como foi organizada. Há um interesse pela mensagem através do arranjo e da estética, valorizando as palavras e suas combinações. Essa função aparece comumente em textos publicitários, provérbios, músicas, ditos populares e linguagem cotidiana. Nessa função pode-se observar o intensivo uso de figuras de linguagem, como o Neologismo , quando se faz necessária a criação de uma nova palavra para exprimir o sentido e alcançar o efeito desejado. Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras e rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorada na poesia e em textos publicitários.

Características
subjetividade;
figuras de linguagem;
brincadeiras com o código.



Função Metalinguística

Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto[1]. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem

Exemplos: “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça.” Carlos Drummond de Andrade

Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como escrever poemas. Ou seja, a criação literária fala sobre si mesma.

Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartum; ele demonstra o ato de fazer cartuns e como são feitos.


Paronímia

Paronímia é a semelhança gráfica e/ou fonética entre palavras. É o caso dos pares de palavras anteriormente expostas.

Outros exemplos de parônimos: Acender (atear fogo) ascender (subir), acento (sinal gráfico) assento (cadeira), acerca de (a respeito de) a cerca de (distância aproximada) há cerca de (aproximadamente), afim (parente) a fim (para), ao invés de (ao contrário de) em vez de (em lugar de), apreçar (tomar preço) apressar (dar pressa), asado (alado) azado (oportuno), assoar (limpar o nariz) assuar (vaiar), à-toa (ruim) à toa (sem rumo), descriminar (inocentar) discriminar (separar), despensa (depósito) dispensa (licença), flagrante (evidente) fragrante (perfumoso), incipiente (principiante) insipiente (ignorante), incontinente (imoderado)
incontinenti (imediatamente), mandado (ato de mandar) mandato (procuração), paço (palácio) passo (marcha), ratificar (validar)
retificar (corrigir), tapar (fechar) tampar (cobrir com tampa), vultoso (volumoso) vultuoso (rosto vermelho e inchado).




Por que - Por quê - Porquê – Porque

O emprego dos “porquês” está relacionada também com o fenomeno da hpmônimia já que são vocábulos que têm a mesma pronúncia mas que são grafados de diferentes maneiras. Veja:

Grafa-se “por que” (separado e sem “chapéu”) em dois casos:

a) Nas frases interrogativas (não no fim).
EXEMPLOS:
Por que saíste agora?
E nós, por que ficamos?

b) Quando for substituível por “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais

EXEMPLO:
As dificuldades por que passei foram muitas.
(As dificuldades pelas quais passei foram muitas)

Grafa-se “por quê” (separado e com chapéu), quando
essa expressão “bater contra” um ponto final.

EXEMPLOS:
Saíste agora por quê?
Ninguém sabe por quê.
Grafa-se “porquê” (junto e com “chapéu”), quando
essa palavra estiver substantivada (antecedida de artigo).

EXEMPLOS:
O porquê da questão não foi esclarecido.
Um porquê pode ser grafado de quatro modos.
Grafa-se “porque” (junto e sem “chapéu”) nos demais casos.
Não esquecendo que a grafia dessa forma tem caráter explicativo.

EXEMPLOS:
Não fui à aula porque estava doente.
Nota:
Após os vocábulos “eis” e “daí”, subentende-se a palavra “motivo” o que justifica a grafia da palavra
separadamente.
EXEMPLOS:
Daí por que não aceitei as reclamações.
(Daí o motivo pelo qual não aceitei as reclamações). Eis por que sou muito feliz.
(Eis o motivo pelo qual sou muito feliz).

Homonímia

Um dos componentes dos estudos linguísticos é o estudo semântico. Nele estuda-se a relação entre as construções da língua e seus significados, sua relação com o mundo extralinguístico.

Nos estudos semânticos encontra-se o estudo da homonímia. De acordo com o Dicionário de Linguística, de Jean Dubois e outros, de 1978, página 326: "homonímia é a identidade fônica (homofonia) ou a identidade gráfica (homografia) de dois morfemas que não têm o mesmo sentido, de um modo geral".

Ou seja, homônimos são palavras que apresentam formas iguais e significações diferentes.

Exemplos de homônimos homófonos (isto é, palavras que têm a mesma pronúncia mas escrita diferente):




Exemplos de homônimos homógrafos (ou seja, palavras que têm a mesma escrita e a mesma pronúncia):




•Neste caso, é preciso ficar atento às exceções, ou seja, palavras em que há a abertura da vogal tônica. Exemplos:
a) este (demonstrativo) - "Este é meu amigo" - e este (substantivo) - "O sol nasce no oriente, na direção este";
b) almoço (verbo) - "Eu almoço todos os dias" - e almoço (substantivo) - "O almoço estava uma delícia!".


Polissemia e homonímia

Muitos autores afirmam que o estudo da polissemia (pluralidade significativa) gera, quase sempre, o problema da distinção entre homonímia e polissemia.

A polissemia diz respeito à possibilidade que tem o item léxico de variar de sentido, dependendo dos diferentes contextos em que ele venha ocorrer. Vejamos os seguintes exemplos retirados de Borba:



Todavia, ao contrário das palavras polissêmicas, as homonímias comumente provêm de classes diferentes, tendo, assim, distribuição também diferente.

A palavra cobra pode figurar tanto como verbo quanto como nome, dependendo do contexto. Exs.: "Ela cobra a presença de todos na sala de reunião, agora!" ou "Cobra dessa espécie é peçonhenta".

Tem-se aqui o caso de homônimos homógrafos. A polissemia, por sua vez, trata-se sempre de uma mesma palavra que está sujeita a vários empregos, conforme exemplificado no quadro acima.

•Algumas palavras homógrafas depois do Novo Acordo Ortográfico:

Depois do Novo Acordo Ortográfico, não são mais assinaladas com acento gráfico, seja o acento agudo, seja o circunflexo, as seguintes palavras homógrafas:



Bibliografia

Dicionário de Linguística, de Jean Dubois e outros, São Paulo: Cultrix, 1978.

•Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa, Instituto Antônio Houaiss; coordenação e assistência de José Carlos Azeredo. São Paulo: Publifolha, 2009.

•Estudo dirigido de gramática histórica e teoria da literatura, de Audemaro Taranto Goulart e Oscar Viera, São Paulo: Editora do Brasil, s/d.

•Introdução aos estudos linguísticos, de Francisco da Silva Borba, Campinas: Pontes, 1998.

•Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores, de Mª. Margarida de Andrade e Antônio Henriques, São Paulo: Atlas Editora, 1991.

Sinonímia e Antonímia

Sinonímia

São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam, basicamente, uma mesma ideia.

Veja a relação a seguir:

* casa, moradia, lar, abrigo.

* residência, sobrado, apartamento, cabana

Todas essas palavras representam a mesma ideia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de ideias.

Observe outros exemplos:

revista, jornal, biblioteca, livro.

casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta.

serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto.

telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor.


Sinonímia

É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.

Exemplos:

cômico - engraçado.

débil - fraco, frágil.

distante - afastado, remoto.


Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Exemplos:

economizar - gastar

bem - mal

bom - ruim

Polissemia na linguagem publicitária







Polissemia

Consideremos as seguintes frases:

A manga de sua camisa está amarrotada
A manga é uma fruta deliciosa.

Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.

Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se insere.

Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
Na primeira, “manga” significa parte constituinte de um vestuário (camisa).
Já na segunda, refere-se à fruta.
Na terceira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência diante do ato praticado.
Nas outras que seguem o significado é de: participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por último, simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.

Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade.

Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:

O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.

Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Conotação

Conotação é o conjunto de caracteres compreendidos na significação de um dado termo, conceito, etc.

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva

Linguagem conotativa
Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. Muitas vezes é um sentido poético, fazendo comparações.

Exemplo:

A frieza do olhar
A lua nova é o sorriso do céu.

Exemplos de conotação

Os provérbios ou ditos populares são exemplos da linguagem de uso conotativo.

"Quem está na chuva é para se molhar" seria o mesmo que: "/Quando alguém opta por uma determinada experiência, deve assumir todas as regras e consequências decorrentes dessa experiência".
"Em Casa de ferreiro, o espeto é de pau" é equivalente a que a pessoa faz favores fora de casa, para os outros,mas não faz em casa, para si mesma.
"Ele é um 'Gato"seria o mesmo que dizer "Ele é lindo/bonito."

Denotação

Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o mesmo se refere.

A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. exemplo:O papel foi rabiscado por todos. papel:sentido próprio, literário.

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual de instruções etc.

Por isso, a palavra literária é conotativa, é uma linguagem carregada de emoções e sons. Isto fica evidente em momentos da crônica Notícia de Jornal de Stanislaw Ponte Preta: Linguagem denotativa: "João José Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na madrugada de ontem, no Beco da felicidade, por ter assaltado a Casa Garson, de onde roubara um lote de discos. (…)"

Linguagem denotativa

Quando o emissor busca objetividade de expressão da mensagem, utiliza a linguagem denotativa, com função referencial. As palavras são empregadas em sua significação (usual, literal, real), referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.

A denotação é encontrada em textos de natureza informativa, como textos jornalísticos ou científicos, visto que o emissor busca informar objetivamente o receptor.

É comum na literatura os autores empregarem as palavras em um outro sentido, o conotativo (figurado). Todavia, é na poesia que isso ocorre com mais frequência, embora não seja apenas na literatura e na poesia que a conotação aparece, mas também nos anúncios publicitários e até mesmo na linguagem do dia-a-dia.

Figuras de Linguagem

Figuras sonoras

Aliteração
repetição de sons consonantais (consoantes).

Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.

Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)

Assonância
repetição dos mesmos sons vocálicos.

Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Paranomásia
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).

Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira)

Onomatopéia
criação de uma palavra para imitar um som

Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)

Figuras de sintaxe
Elipse
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:

a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:

Zeugma
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - omissão de era

Hipérbato
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos.

Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.

Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato

Anástrofe
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente.

Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos.

Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato

Pleonasmo
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a idéia.

Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico)

Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)

Assíndeto
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas.

Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."

Polissíndeto
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)

Anacoluto
termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)

Anáfora
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)

Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.

Silepse
é a concordância com a idéia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:

a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal)

Antecipação
antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto.

Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar

Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.

Figuras de palavras ou tropos
(Para Bechara alterações semânticas)

Metáfora
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo.

Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)

Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas

Catacrese
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.

Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra.

Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram graças à semelhança de forma existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora

Metonímia
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.

Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra - copos).

Antonomásia, perífrase
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.

Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto

Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia

Sinestesia
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).

Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza)

Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora

Anadiplose
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase.

Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados."

Figuras de pensamento
Antítese
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.

Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)

Obs.: Paradoxo - idéias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)

Eufemismo
consiste em "suavizar" alguma idéia desagradável

Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)

Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.

Hipérbole
exagero de uma idéia com finalidade expressiva

Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)

Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.

Ironia
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.

Obs.: Rocha Lima designa como antífrase

Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.

Gradação
apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)

Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente."

Prosopopéia, personificação, animismo
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.

Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)

Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora

sábado, 25 de setembro de 2010

Dicas

As frases errôneas tantas vezes repetidas que a gente já se
acostumou...

a) Planos ou projetos para o futuro.
(Você conhece alguém que faz planos para o passado? Só se for o
Michael J. Fox no filme "De volta para o Futuro"...)

b) Criar novos empregos.
(Ora, bolas, alguém consegue criar algo velho?)

c) Habitat natural.
(Todo habitat é natural; consulte um dicionário.)

d) Prefeitura Municipal.
(No Brasil, só existe prefeitura nos municípios. Aliás, ainda
bem!)

e) Conviver junto.
(É possível conviver separadamente?)

f) Sua autobiografia.
(Se é autobiografia, já é sua.)

g) Sorriso nos lábios.
(Já viu sorriso no umbigo?)

h) Goteira no teto.
(No chão é impossível!)

i) Estrelas do céu.
("Paramos à noite para contemplar o lindo brilho das estrelas do
mar...")

j) General do Exército.
(Só existem generais no Exército.)

k) Brigadeiro da Aeronáutica.
(Só existem brigadeiros na Aeronáutica.)

l) Almirante da Marinha.
(Só existem almirantes na Marinha.)

m) Manter o mesmo time.
(Pode-se manter outro time? Nem o Felipão consegue!)

n) Labaredas de fogo.
(De que mais as labaredas poderiam ser? De água?!)

o) Pequenos detalhes.
(Existem grandes detalhes?)

p) Erário publico.
(O dicionário ensina que erário é o tesouro público, por isso,
erário só basta!)

q) Despesas com gastos.
(Despesas e gastos são sinônimos!)

r) Encarar de frente.
(Você conhece alguém que encara de costas ou de lado?)

s) Monopólio exclusivo.
(Ora, pílulas, se é monopólio, já é total ou exclusivo...)

t) Ganhar grátis.
(Alguém ganha pagando?)

u) Países do mundo.
(E de onde mais podem ser os países?)

v) Exultar de alegria.
(Você consegue exultar de tristeza?)

w) Viúva do falecido.
(Até prova em contrário, não pode haver viúva se não houver um
falecido)

sábado, 18 de setembro de 2010

Quadro de conjunções

O uso das conjunções como recurso coesivo

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a idéia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.
- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só…mas também, não só…como também.

- ADVERSATIVAS
Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.
- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVAS
Expressam idéia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou…ou, ora…ora, quer…quer, já…já.

CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

- Estudei muito por isso mereço passar.
- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.
- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão…como, mais…do que, menos…do que.

- Ela fala mais que um papagaio.

CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)
- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

- Cada um colhe conforme semeia.
- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS
Expressam uma idéia de conseqüência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.
- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAIS
Expressam idéia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.
- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.
- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a “logo que”.

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Paciência

Lenine
Composição: Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...

A vida é tão rara...

sábado, 4 de setembro de 2010

Projeto Releituras - Ciclo de palestras Vestibular e Literatura


Galerinha, vale a pena participar deste projeto para o enriquecimento dos estudos de vocês.


O objetivo é trazer a discussão das principais obras literárias para dentro da Universidade.Serão nove encontros entre professores especialistas em literatura e alunos do ensino médio e pré-vestibulandos, sendo um para cada autor, com duração de 2h30, das 10h às 12h30.

Programação:
4/9 - O cortiço - Aluísio Azevedo (Prof. Erson Martins)

11/9 - Memórias de um sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida (Prof. Carlos Eduardo Siqueira)

18/9 - Auto da barca do inferno - Gil Vicente (Prof. Fernando Segolin)

25/9 - Vidas Secas - Graciliano Ramos (Profª. Noemi Jaffe)

2/10 - Iracema - José de Alencar (Profª. Juliana Loyola)

9/10 - Dom Casmurro - Machado de Assis (Profª. Maria Aparecida Junqueira)

16/10 - Antologia Poética - Vinícius de Moraes (Profª. Ana Salles)

23/10 - Capitães de areia - Jorge Amado (Profª. Noemi Jaffe)

30/10 - A cidade e as serras - Eça de Queiros (Prof. Carlos Eduardo Siqueira)

Local de realização:
Teatro Tuca - rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes - São Paulo - SP

Campus: Campus Perdizes
Público Alvo: Estudantes do ensino médio, pré-vestibulandos, professores de literatura do ensino médio e dos cursos pré-vestibulares.
Inscrições:
O encontro será aberto gratuitamente ao público.

Informações adicionais:
Contato:

Carlos ou Renato

tel.: (11)3670-8321

marketing@pucsp.br



Promoção:
Divisão de Comunicação Institucional - PUC-SP

Gírias antigas

Amigo da onça: Traidor.
Batata: Algo fácil.
Beleza pura: Algo muito bom.
Bocomoco: Cafona.
Botar As barbas de molho: Sossegar.
Broto: Menino ou Menina bonito(a).
Cafona: Fora de moda.
Cambada: Gangue.
Caranga: Carro.
Comer bola: Errar sem querer.
Chorumelas: Frescura.
Estapafúrdio: Algo esquisito.
É uma brasa mora: É o maior barato.
Fedelho: Criança.
Lero-lero: Conversa Fiada.
Matar cachorro a grito: Fazer uma coisa inacreditável.
Mandar brasa: Continuar.
Morou: Entendeu?
Não tem mosquito: Sem problemas.
O quinto dos infernos: Muito longe.
Parada dura: Coisa díficil de fazer.
Serelepe: Alguém agitado.
Supimpa: Algo legal.
Tempo da onça: Algo antigo.
Tinindo: Limpo.
Tirar água do joelho: Urinar.
Toró: Chuva forte.
Uva: Mulher gostosa.
Xispa: Saia.

Gírias de Futebol

Arranca toco: Jogador sem habilidade.
Banheira: Ficar sempre na posição de impedimento.
Bico: Chute com a ponta do pé.
Bicuda: Chute com muita força.
Cartola: Dirigente de clube.
Cavalo: Jogador violento.
CBD: Jogador que sempre fica na reserva. Como ele quase não joga, é o Come, Bebe e Dorme.
Chapeuzinho: Quando o jogador toca a bola por cima do adversário, e pega do outro lado.
Debaixo das canetas: Quando o jogador joga a bola entre as pernas do adversário.
De trivela: Chute dado com lado interno ou externo do pé.
Domingada: Quando o zagueiro erra uma bola fácil.
Drible da vaca: Famoso drible que o jogador toca a bola de um lado no adversário e pega do outro.
Firula: Jogada desnecessária, para provocar o adversário, e impressionar a torcida.
Frango: Quando o goleiro falha em uma bola fácil.
Gaveteiro: Juiz que aceita suborno.
Geraldino: Torcedores que frequentam as gerais dos estádios.
Gol de peixinho: quando a bola vem baixa, e o jogador acerta ela com a cabeça.
Gol do meio da rua: gol marcado de longa distância.
Gol olímpico: Gol marcado em cobrança direta de escanteio.
Maria chuteira: Mulher que quer se aproveitar do jogador só pela fama ou dinheiro dele.
Mão furada: Goleiro que não segura os chutes do adversário.
Peixe: Jogador que é protegido pelo técnico, diretor, torcida...
Pé murcho: Jogador que tem um chute muito fraco.

Gírias de Internet

Abs: Abraços.
Add: Adicionar.
Aff: Ave Maria.
Bjo: Beijo.
Blz: Beleza.
Bp: Bate Papo.
Chatear: Conversar com alguém no chat.
Fds: Final de semana.
Flw: Falou
Kd: Cadê.
Idd: Idade.
Msg: Mensagem.
Mto: Muito.
Nd: Nada.
Net: Internet.
Noob: Novato.
Novis: Novidades.
Pq: Porquê.
Qnd: Quando
Rox: Muito legal.
Sux: Muito ruim.
Tb: Também.
Tc: Teclar.
Tbm: Também.
Vc: Você.
Vlw: Valeu.
V6: Vocês.
Xau: Tchau.

Gírias de Mano

À pampa: Muito legal.
Abraça: Acredita.
Bagana: Bituca de cigarro.
Banca a minha: Pagar a conta.
Beatbox: Imitar diversos sons com a boca.
Brecha: Errar.
Brodi: Parceiro.
Cama de gato: Cilada.
Chapado: Legal, maneiro.
Chapô o coco: Ficou doido.
Chupando Manga: Quando a pessoa ta distraída.
Capotou: Caiu no Sono.
Chegado: Amigo.
Colar o brinco: Bater.
Dá a letra: Contar a história.
Da hora: Legal.
Deu chapéu: Enganou.
Deu milho: Vacilou
Dim Dim: Dinheiro.
DJ: Disc Jóquei.
Dois p: Ser rápido.
É o que liga: A coisa certa.
Embaçado: Demorado, perigoso, chato.
Fazer a correria: Realizar um projeto.
Fazer a rima: Comunicar, passar a mensagem.
Ficou pequeno: Não ter perdão.
Firmeza: Com certeza.
Fita forte: Roubo.
Goma: Casa.
Latinha: Tinta spray.
Ligar: Avisar.
Loqui: Otário, mané.
Mandar um salve: Mandar lembranças.
Marcou: Vacilou
MC’S: Mestres de Cerimônia.
Miliano: Muito tempo.
Mil Grau: Muito Legal.
Mina: Mulher.
Moscando: Vacilando.
Pá: Algo mais.
Passar um pano: Dar uma olhada.
Passou batido: Escapou.
Perreio: Muita vontade, determinação.
Pick up: Toca-discos do Dj.
Pico: Local, lugar.
Pinoti: Sair correndo.
Quebrada: Lugar.
RAP: "Rhythm And Poetry" (Ritmo e Poesia).
Rodou: Foi pego.
Sangue bom: Pessoa legal, gente fina.
Tirando: Zuando.
Tesourar: Atrapalhar.
Treta: Confusão, briga.
Trampo: Trabalho.
Truta: Parceiro, amigo.
Vacilão: Mané.
Veneno: Dificuldade.

Gírias de patricinha

Abalar: Estar linda, Arrasar.
Antipattyco: Pessoa que não gosta de pattys.
Anyway: Mesmo assim
As If: Até parece
Atolada: Menina que come muito.
Avon: Garota chata.
Babado: Confusão.
Betty: Patty.
Boy: Playboy, mauricinho.
Chocar: Impressionar.
Clean: Visual limpo.
Clueless: Confusa.
Cocó: Menina Galinha.
Cocota: È aquela menina que quer pagar sapo de Patty usando calça lilás da feira.
Cute: Fofo.
Dar um tapa: Se produzir.
Eco: Jovens aspirantes a Patty's ou boys.
Fashion-victim: Vítimas da moda.
Fazer uma noite: Sair pra noite com a intenção de arrasar.
Fifi: É aquela patty excessivamente peruinha.
Fofo: Bonito.
Hi: Oi.
Hype: Último grito da moda.
Ímpar: Uma coisa que é o Maximo.
In: Está na moda.
Look: Visual.
Looser: Alguém fracassado.
Makeover: Remodelagem.
Mano: Suburbano.
Miga: Amiga.
Migo: amigo.
Mina: Garota.
More: Amor ou amiga.
Na Night: Qualquer lugar à noite.
Necessaire: Bolsinha onde está tudo o que precisam.
Nice: Legal
Out: Está por fora.
Passado: Que está fora de moda.
Peteca: Patty assumida.
Se arrombar: Fazer bronzeamento, pegar um sol.
Show: Demais.
So so: Mais ou menos.
Totally: Totalmente.
Unfashion: Uma pessoa brega.
Whatever: Que seja